Protesto bloqueia avenida em Boa Viagem

A maior obra não deve ser cuidar das pessoas que são donas do Rio Mar e jogar no mar as pessoas que não se sentem donas sequer de suas próprias vidas. Moradores da Vila Teimosa, no Pina, atearam fogo no meio da Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem, próximo ao fim da manhã de ontem (30, terça-feira). Os manifestantes chamaram a atenção para o despejo de parte deles. A comunidade alega que há uma ordem judicial para que deixem suas casas voluntariamente até o próximo sábado e eles não têm para onde ir.

Um dos manifestantes, Antônio Firmino Davi, foi detido por ter jogado pedaços de madeira no fogo quando os bombeiros já trabalhavam para combatê-lo. Os dois sentidos da avenida estavam fechados por pneus e lixo queimando. Foi necessário realizar o rescaldo para resfriar a pista e retirar os restos de material espalhado pela via. A Polícia Militar permaneceu no local para evitar a retomada do protesto.

Com informações do Diário de Pernambuco

Recifenses se mobilizam em apoio aos índios Guarani-Kaiowá no Marco Zero

Publicado no DP, hoje, 28/10/2012 09:09

Cartazes, camisas pretas e caras pintadas. É desta forma que um grupo de recifenses promete realizar um protesto em favor dos índios hoje, a partir das 15h, no Marco Zero. O evento está sendo organizado pelo Facebook através da página Salve Guarani-Kaiowá! Recife. O caso da tribo do Mato Grosso do Sul tomou proporção nacional e internacional depois da publicação de uma carta aberta à sociedade escrita pelo grupo Guarani-Kaiowá em resposta à expulsão expedida pela Justiça Federal do território onde vive, na região de Dourada. Logo após a divulgação da nota, a hashtag #GenocidioGuaraniKaiowa foi a mais comentada no microblog Twitter. Também foi criada uma petição pública, que consegue reunir 100 mil assinaturas por dia (índice maior do que a da Lei da Ficha Limpa). Até sexta-feira, já eram quase 240 mil assinaturas.

O estudante de História Wagner Pereira de Oliveira, 24 anos, garante que o protesto não tem caráter partidário e nem religioso. “É um movimento humanitário. Todos nós somos seres humanos. Se os índios forem mortos, serão vítimas de um etnocídio, ou seja, também vai morrer a cultura deles.”

Para o professor do departamento de pós-graduação em Antropologia da UFPE, Renato Atias, o problema teve uma repercussão nacional porque a população percebeu que a demarcação das terras indígenas, prevista pela Constituição, nunca aconteceu. “Aqui também temos o problema da regularização das terras. O processo dos índio Funiôs está tramitando desde 1927”, explicou.

São pouco mais de 25 mil índios da etnia Guarani-Kaiowá no estado de Mato Grosso Sul. O índice de suicídio na região é alarmante. A tribo é formada por 170 pessoas, 50 homens, 50 mulheres e 70 crianças. (Carolina Braga especial para o Diario)

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Confira trecho da carta:

"Nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje. Por isso, pedimos ao governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui"


http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2012/10/28/interna_vidaurbana,404605/recifenses-se-mobilizam-em-apoio-aos-indios-guarani-kaiowa-no-marco-zero.shtml